Prefácio
De acordo com Parish (1990, p. 7), “temos de lembrar que quase todo software passa por manutenção de um tipo ou de outro durante a sua vida”. Por isso, é bom ter uma ferramenta para nos ajudar a criar programas fáceis de manter. É o que Zend Framework faz para a linguagem de programação PHP, usando o paradigma da Orientação a Objetos.
Este é um livro para quem quer aprender Zend Framework 3 de verdade. Não é uma apostilinha com uma foto bacana na capa, uma mera tradução da documentação, ou uma enorme lista de tópicos iguais a qualquer tutorial da internet – que termina antes mesmo de você ter suas dúvidas esclarecidas.
Se você quer realmente aprender a programar em PHP direito e quer desenvolver com componentes reutilizáveis que podem ser adaptados às suas necessidades – pensando no melhor compromisso entre controle e desempenho –, este é o livro certo.
Você pode utilizar o ZF3 (apelido que demos e será usado daqui em diante) como container da sua aplicação, dando todo o poder a ele; ou apenas usar dos componentes que lhe forem convenientes. Este livro tem como foco a primeira opção.
Ele foi escrito para todos os programadores PHP, tendo em mente que telepatia não existe e nada é óbvio – a não ser que esteja explícito. Não é um livro para fazer você dormir, mas pode eventualmente evitar que você passe a noite em claro.
O conteúdo foi organizado da seguinte forma: no capítulo 1, fazemos a introdução à nossa emocionante aventura. Primeiro, preparamos o terreno fértil de sua mente, ao desmistificar os termos da arquitetura de software, até chegarmos ao conceito de framework. Isso porque usar algo sem compreender bem do que se trata é como dar o anel do Lanterna Verde ao Patolino.
No capítulo 2, apresentaremos vários padrões e recomendações de desenvolvimento gerais e orientados para PHP. Já no capítulo 3, vamos instalar as ferramentas necessárias e configurar nosso ambiente de trabalho.
Os capítulos 4 e 5 são os guias de referência PHP para este livro. Seu primeiro impulso certamente será pulá-los, mas você poderá retornar sempre que precisar de um fundamento de PHP. Assim, nos capítulos 6 a 9, aplicamos o padrão MVC com ZF3, aprendendo a dar o domínio da nossa aplicação ao framework. Vamos confiar a ele o controle sobre o nosso código. Esses capítulos abordam os componentes Zend\Mvc e Zend\View, e o componente de geração de formulários dinâmicos, o Zend\Form.
No capítulo 10, apresentamos um guia de referência rápida para a implementação MVC do Zend Framework, que será o seu auxiliar imediato para dúvidas sobre o que você implementou nos capítulos anteriores e para os novos projetos que usarem o ZF3. No capítulo 11, encerraremos o livro com algumas considerações. Por fim, vamos apresentar nosso referencial teórico no capítulo 12, caso você queira refletir sobre o que leu.
Você pode ficar tranquilo com relação ao software necessário para fazer bom proveito deste livro, pois todas as ferramentas que usaremos para desenvolvimento do ZF3 são livres, como o próprio framework.
Este livro foi escrito com base na crença de que devemos remover – e não criar – obstáculos para a aquisição de conhecimento. Restringir o acesso ao conhecimento é uma grande bobagem, e o único efeito concreto que causa é a escassez de bons profissionais.
No final do século XIX, o Japão pulou uma era inteira para alcançar o nível de desenvolvimento tecnológico do Ocidente e tornar-se uma superpotência. Em vez de sucumbirem ao próprio orgulho, tentando fazer as coisas por conta própria, os líderes e técnicos japoneses foram sensatos o bastante para conhecer o que outros países haviam feito e simplesmente assimilarem esse conhecimento. Como veremos durante a leitura, ter é melhor que ser, mas usar é melhor que ter.
Decerto que temos capacidade para criar softwares nacionais (incluindo frameworks), entretanto, não podemos nos esquecer de que disputamos a corrida em condições desiguais. Logo, a estratégia Meiji pode ser a mais adequada em certas situações. Também temos de respeitar a "experiência dos ancestrais".
Assim é a ciência. Nada se faz do zero. Parafraseando Isaac Newton: não podemos fazer nada grandioso se não nos apoiarmos sobre ombros de gigantes. Então, aproprie-se do poder do ZF3 e explore seu potencial para criar software de qualidade.
Boa sorte, e que o PHP esteja com você!
Sumário
- 1 Introdução
- 1.1 Manutenção de software
- 1.2 Arquitetura de software
- 1.3 Conclusão
- 2 Boas práticas de desenvolvimento
- 2.1 Princípios da boa programação
- 2.2 Calistenia de objetos
- 2.3 Recomendações para desenvolver em PHP
- 3 Bússola do ambiente de desenvolvimento
- 3.1 Apache, MySQL e PHP
- 3.2 Ambiente integrado de desenvolvimento
- 4 Bússola da estrutura de PHP
- 4.1 Configuração do PHP
- 4.2 Tipos de dados
- 4.3 Strings
- 4.4 Arrays
- 5 Bússola de funções e classes de PHP
- 5.1 Funções
- 5.2 Classes e objetos
- 5.3 Data e hora
- 5.4 Diretórios e arquivos
- 5.5 Monitoração e medição em segundo plano
- 5.6 Servidor embutido
- 5.7 Modo interativo
- 5.8 Standard PHP Library (SPL)
- 6 MVC e MVVM com Zend Framework
- 6.1 Criação do projeto
- 6.2 Edição de projeto
- 6.3 Criação de módulo
- 6.4 Criação das rotas
- 6.5 Criação das ações do controlador
- 6.6 Criação de layout
- 6.7 Integração do Eclipse e do Composer
- 7 Mapeamento objeto-relacional
- 7.1 Banco de dados, modelo e mapeador
- 7.2 Conexão e mapeamento objeto-relacional como serviço
- 7.3 Implementando as ações do controlador
- 8 Formulários dinâmicos
- 8.1 Criando formulários dinâmicos
- 8.2 Validando formulários dinâmicos
- 8.3 Ajustes na alteração de setores
- 8.4 Ajustes na remoção de setores
- 8.5 Modelo e mapeador com relacionamento
- 8.6 Mapeando várias tabelas
- 8.7 Formulário com mapeador
- 9 Visão e controle com relacionamentos
- 9.1 Visões de um modelo relacionado
- 9.2 Um controlador com dois modelos pelo preço de um
- 9.3 Ajustando o módulo Application
- 10 Guia de referência rápida do MVC do Zend Framework
- 10.1 Modelos
- 10.2 Controladores
- 10.3 Visões
- 10.4 Tipo de documento
- 10.5 Mapeadores
- 10.6 Formulários
- 10.7 Aplicação
- 10.8 Fluxo de processamento da requisição
- 11 Considerações finais
- 12 Referencial teórico
- 13 Referências
Dados do produto
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